Os Estados Unidos são uma das maiores potências mundiais que temos, mas vêm enfrentando uma dificuldade há algum tempo: a demissão em massa. Cada vez mais trabalhadores estão saindo de seus empregos, e esse fenômeno, que já ocorre há algum tempo, vem se intensificando ao passar deste ano.
Demissão em massa nos Estados Unidos
As demissões em massa que estão em crescimento no país já até receberam um nome, “The Great Resignation” ou “A Grande Renúncia” em português, dado pelo especialista em psicologia organizacional Anthony Klotz. Segundo ele, essas demissões em massa são um realinhamento dentro do mercado de trabalho, em que uma boa fração da população economicamente ativa do país decide, por vários motivos, pedir demissão de seus emprego (ou resign em inglês, de onde vem o nome The Great Resignation). Lideradas principalmente por Millennials (pessoas nascidas entre 1980 e 1995) e pessoas mais velhas da Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010), as demissões em massa buscam condições de empregos melhores.Não se engane, as demissões em massa não significam que os trabalhadores estão saindo de seus cargos para ficarem desempregados para sempre, e sim que seus atuais empregos não estão sendo satisfatórios e tratando-os como deveria, então foram em busca de um, mesmo que em uma área totalmente diferente, em que se sintam mais felizes, realizados e sejam tratados de forma melhor.Em uma entrevista concedida à revista americana Time, para o CEO da empresa LinkedIn, Ryan Roslansky, as demissões em massa não deveriam se chamar The Great Resignation, e sim The Great Reshuffle, ou “O Grande Reajuste” em português.Ryan e seu time rastrearam e acompanharam todas as contas do LinkedIn, e descobriram que a porcentagem de usuários que mudaram seus empregos ou até mesmo área profissional no perfil aumentou cerca de 54% na entre ano passado e este.Como visto anteriormente, as gerações mais novas do mercado que estão no comando das demissões em massa. As transições de empregos nesse mesmo período, dentro da Geração Z, aumentaram em 80%, sendo a maior porcentagem. Em segundo lugar vem os Millennials, com 50%. A Grande Renúncia também veio quebrar padrões que eram comumente acreditados, mesmo que não fossem mais reais. Existe uma tendência no país que leva as pessoas, principalmente gerações mais velhas, a acreditar que seguindo algumas regras, você terá seu sucesso garantido.Estudar muito, conseguir um diploma de uma boa faculdade, trabalhar muito e se aposentar na idade certa eram algumas dessas regras. Mas os trabalhadores que estão saindo de seus empregos nessas demissões em massa perceberam que essas regras não são padrões, e que não se aplicam a todos ou a todas as situações, porque se fosse esse o caso, não haveria tantos pedidos de demissão em busca de uma melhor qualidade de vida.
A pandemia do Covid-19
A pandemia do Covid-19 teve um papel bem influente nesse caso crescente de demissões em massa. Entre fevereiro e abril de 2020, o número de desempregados dos EUA passou de 5.717.000 para mais de 23.000.000, um golpe brutal de demissões em massa. Porém, esse número foi diminuindo novamente, já que as empresas e funcionários conseguiram achar meios de se adaptar ao cenário em que estávamos vivendo. Com isso, a taxa de desemprego chegou a 5,8%, menos do que estava no pico, porém mais do que ela estava no período antes da pandemia.Esse fenômeno das demissões em massa também traz consigo um paradoxo. O mesmo país em que pessoas estão se demitindo, também é o país com mais de 9,3 milhões de desempregados. Então, por que existem tantas pessoas entrando nessa demissão coletiva se muitas outras não conseguem arranjar um emprego?Uma das razões que explica a influência da pandemia nas demissões em massa é que muitos funcionários já queriam pedir demissão de seu trabalho em 2020, mas adiaram essa decisão, já que a pandemia trouxe um momento de muita instabilidade financeira, e agora, com a melhoria desse momento e avanço da vacinação, as pessoas se sentem mais seguras para deixar seus empregos.
O trabalho remoto
Outro grande fator influenciador nas demissões em massa é o trabalho remoto. Um dos motivos citados por Anthony Klotz é o “esgotamento do trabalho”. Não ter um limite de onde começa sua casa e sua área de descanso e de onde começa seu trabalho e suas obrigações pode ser cansativo e prejudicial à sua saúde mental, o que leva a outro motivo citado por Klotz: os momentos de epifania. Esses momentos acontecem quando uma pessoa vive ao que serve como gatilho, que a faz querer sair de seu emprego, como não conseguir um aumento como esperava. E um motivo que atinge apenas uma pequena parcela das demissões que fazem parte das demissões em massa é a falta de interesse em voltar para o escritório. Com a expansão do trabalho remoto, muitas pessoas se adaptaram melhor ao home office, e não desejam voltar para seus escritórios.
Como evitar demissões em massa?
Uma das principais causas das demissões em massa é a qualidade de vida que os funcionários têm. Com tantas demissões partindo dos próprios funcionários, a balança de poder pende mais para o lado do trabalhador. Isso significa que os empregadores precisam não só reconsiderar mais os benefícios que oferecem, mas também como tratam seus funcionários. Chefes e gerentes precisam, acima de tudo, priorizar o apoio emocional que a empresa pode oferecer, e não só coisas como salário e dias de folga. O mais importante é que seja providenciado um ambiente de trabalho que faça com que todos se sintam incluídos e tenham uma rede de apoio.É possível garantir um bom ambiente de trabalho, principalmente com a crescente transformação digital no RH, prevenindo demissões em massa. Fazer com que os funcionários se sintam únicos e necessários, e que seu trabalho ajuda a empresa a crescer e fazer a diferença são essenciais, lembrando que a demissão em massa ocorre justamente porque os trabalhadores não são valorizados dentro de suas empresas.
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